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O cérebro do dependente: como a droga altera o sistema de recompensa (uma linguagem psicologica).

  • Foto do escritor: Luciano Ribeiro
    Luciano Ribeiro
  • 22 de ago.
  • 2 min de leitura
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O que é o sistema de recompensa?


O cérebro humano possui circuitos responsáveis por gerar prazer, motivação e aprendizado. Esse é o chamado sistema de recompensa.


Essas regiões utilizam principalmente um neurotransmissor: a dopamina, popularmente conhecida como o “neurotransmissor do prazer”.

Sempre que realizamos algo positivo para a sobrevivência (comer, beber água, ter relações sociais, praticar esportes, ouvir música), o cérebro libera dopamina, reforçando o comportamento.


Como a droga age nesse sistema?


As drogas sequestram esse mecanismo natural. Elas provocam uma liberação muito maior de dopamina do que qualquer atividade saudável seria capaz.

  • A maconha, a cocaína, o álcool, os opiáceos e outras substâncias têm diferentes modos de ação, mas todas aumentam artificialmente os níveis de dopamina.

  • O cérebro, exposto repetidamente a essa enxurrada química, aprende que a droga é a forma “mais rápida e intensa” de obter prazer.


Com o tempo, isso gera:


  1. Tolerância – a pessoa precisa de doses maiores para sentir o mesmo efeito.

  2. Dependência – o cérebro passa a exigir a substância para funcionar, já que o sistema natural de prazer fica enfraquecido.

  3. Perda de controle – o córtex pré-frontal, responsável por decisões e autocontrole, também é afetado, diminuindo a capacidade de resistir ao impulso de usar.


Por que isso importa?


Esse conhecimento ajuda a combater preconceitos. O dependente não usa porque “quer”, mas porque seu cérebro foi reconfigurado pela substância. É claro que existem escolhas e responsabilidades no processo de recuperação, mas é preciso compreender que o funcionamento cerebral está comprometido.


E a recuperação?


A boa notícia é que o cérebro possui neuroplasticidade. Com tratamento, abstinência e suporte adequado, ele pode se reorganizar e voltar a responder a fontes naturais de prazer. Esse processo exige tempo, paciência e apoio, mas é possível.


Por Luciano Ribeiro — Terapeuta em Dependência Química | Estudante de Psicanálise


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