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Carpediem, 02 de outubro, a dadiva da Recuperação.

  • Foto do escritor: Luciano Ribeiro
    Luciano Ribeiro
  • 2 de out.
  • 1 min de leitura
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A dependência química desmonta a vida em silêncio: valores se corroem, laços se partem, o corpo se desgasta e a alma se esconde. Na psicanálise, é como se o sujeito fosse tomado por uma compulsão de repetição — um circuito fechado em que o desejo manda, e a liberdade desaparece. Viver passa a ser sobreviver ao próximo impulso.


A recuperação, nesse cenário, é uma dádiva. Não porque seja um prêmio imerecido, mas porque rompe a lógica da repetição. Ela inaugura um novo campo: onde antes havia urgência, entra o tempo; onde havia silêncio, entra a palavra; onde havia vazio, abre-se espaço para sentido. É presente porque permite ao sujeito se reapropriar de si.


Mas essa dádiva não cai pronta. É preciso escolhê-la todos os dias: assumir limites, pedir ajuda, sustentar a frustração sem anestesia, confiar na comunidade, permitir-se sentir. Cada dia limpo não é apenas ausência de droga, é presença de vida — e essa presença é construção contínua.


Carpe diem: hoje é dádiva porque inaugura de novo a possibilidade de ser. A recuperação é graça cotidiana: cada amanhecer traz a chance de se reconstruir, de reescrever a própria história e de descobrir que o que parecia ruína pode ser, na verdade, fundamento.


Por Luciano Ribeiro — Terapeuta em Dependência Química | Estudante de Psicanálise


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