Carpediem, 2 de novembro - A diferença entre solitide e solidão.
- Luciano Ribeiro
- 2 de nov.
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Existem momentos em que estar sozinho é remédio, e momentos em que estar sozinho é dor.
A solitude é o silêncio que acolhe: é quando a pessoa escolhe ficar consigo, respira, escuta o corpo, organiza pensamentos, sente a alma repousar.
Na solitude, não falta nada — é presença consigo.
É onde o sujeito começa a se reencontrar.
A solidão, por outro lado, é ausência mesmo acompanhado.
É estar cercado de gente, mas sentir o peito vazio por dentro.
É a sensação de não ser visto, não ser compreendido, não pertencer.
Na dependência química, essa solidão muitas vezes vira gatilho — porque o vazio parece insuportável, e a fuga parece alívio.
Mas existe um ponto importante na recuperação:
aprender a transformar solidão em solitude.
Sentar-se consigo não para se punir, mas para se cuidar.
Olhar para as próprias dores não para julgá-las, mas para entendê-las.
Nesse espaço tranquilo, algo começa a se reorganizar dentro.
Carpe Diem.
Talvez o que dói hoje não seja estar só — seja ainda não ter aprendido a ser companhia para si mesmo.
Mas isso se aprende.
Devagar, com paciência, com verdade.



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