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Carpediem, 04 de outubro. A coragem de sentir.

  • Foto do escritor: Luciano Ribeiro
    Luciano Ribeiro
  • 4 de out.
  • 1 min de leitura
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Na ativa, sentir parecia insuportável. Dor, tristeza, vazio, frustração — tudo virava gatilho para buscar alívio imediato. A droga funcionava como anestesia, um atalho para calar emoções que pareciam grandes demais para caber no peito. Mas junto com a dor, também se anestesiava a alegria, a esperança e o amor.


Na recuperação, o convite é outro: reaprender a sentir. É deixar que o coração volte a pulsar inteiro, mesmo que doa no começo. Chorar sem culpa, rir sem medo, assumir a raiva, acolher a saudade. A coragem de sentir é o oposto da fuga: é viver com presença, mesmo quando o afeto é desconfortável.


Do olhar psicanalítico, sentir é o caminho para simbolizar — dar nome ao que aperta, transformar em palavra aquilo que antes virava compulsão. Cada emoção suportada é também elaborada, e cada vez que não fugimos dela, ganhamos mais autonomia.


Carpe diem: hoje eu escolho sentir. Permito que a dor me atravesse sem me destruir, que a alegria me encha sem me assustar. Sentir é arriscar-se a viver de verdade. E a coragem de sentir é, no fundo, a coragem de existir.


Por Luciano Ribeiro — Terapeuta em Dependência Química | Estudante de Psicanálise


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