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Carpediem, 11 de outubro - A saudade de quem eu fui.

  • Foto do escritor: Luciano Ribeiro
    Luciano Ribeiro
  • 11 de out.
  • 1 min de leitura
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Existem dias em que o passado volta a chamar — não como ameaça, mas como lembrança. A saudade de quem eu fui aparece silenciosa, trazendo o peso das memórias, dos momentos, até das ilusões que um dia pareceram abrigo. É estranho sentir falta do que quase me destruiu, mas essa saudade não é desejo de voltar — é parte do processo de me despedir.


Durante o uso, a identidade se confunde com a substância. O sujeito passa a existir através do vício: o prazer, a dor, o vazio — tudo gira em torno do mesmo ponto. Quando a droga vai embora, o espelho interno se parte e o “quem eu sou” fica em reconstrução. A saudade, então, é o luto de quem deixa de ser o que conhecia para se tornar o que ainda não entende.


Mas na recuperação, essa saudade pode se transformar em ponte. Porque o eu do passado, mesmo ferido, foi o que resistiu e chegou até aqui. O recomeço é o momento em que o sujeito olha para trás e diz: “obrigado por ter sobrevivido, mas agora eu sigo diferente.”


Carpe diem: hoje eu acolho a saudade, sem me prender a ela. Porque lembrar de quem eu fui é também honrar o caminho de quem estou me tornando.


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