Carpediem, 21 de outubro - O medo de se conhecer.
- Luciano Ribeiro
- 21 de out.
- 1 min de leitura

Na dependência, o maior medo nem sempre é da abstinência, mas do silêncio que vem depois dela. É nesse silêncio que a verdade aparece — a falta, a dor, a solidão, o vazio. O uso sempre serviu para calar essa voz interna, e parar de usar é se obrigar a escutá-la. Por isso, olhar para dentro é um ato que assusta: é se deparar com o próprio espelho, sem as distorções da substância.
O processo de recuperação é, em essência, um processo de autoconhecimento. Cada dia limpo revela partes de nós que estavam adormecidas ou negadas. A psicanálise ensina que fugir de si é perpetuar o sintoma — e o sintoma, na adicção, é o refúgio do que o sujeito não suporta sentir.
Conhecer-se é o contrário do vício: é sair do automático, abandonar o anestésico e aprender a sentir de novo — mesmo quando dói. É olhar para a própria história com coragem, sem buscar culpados, e compreender que a mudança começa no encontro com a verdade.
Carpe diem: hoje eu escolho não me esconder atrás da dor. Porque a coragem de me conhecer é o primeiro passo para me libertar.
Por Luciano Ribeiro — Terapeuta em Dependência Química | Estudante de Psicanálise
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