Carpediem, 27 de outubro - Medo de ser amado.
- Luciano Ribeiro
- 27 de out.
- 1 min de leitura

Muita gente pensa que o dependente químico tem medo da dor. Mas, na verdade, o que muitas vezes assusta é o amor. Porque o amor exige presença, entrega, vulnerabilidade — e quem passou muito tempo sobrevivendo emocionalmente, aprendeu a se proteger demais. Quando alguém chega com cuidado verdadeiro, a mente desconfia. O coração se encolhe. O amor, que deveria acolher, às vezes assusta.
A psicanálise explica que quem não foi ensinado a ser amado, cresce acreditando que não merece amor nenhum. Então, quando ele aparece, ao invés de receber, a pessoa se esconde. A droga, nesse contexto, vira refúgio: ela não cobra vínculo, não exige entrega, não pede verdade. É um “amor” sem risco — e, por isso mesmo, um amor que aprisiona.
A recuperação nos convida a abaixar as defesas. A entender que ser amado não nos diminui, nos reconstrói. Que ser cuidado não nos enfraquece, nos devolve ao mundo. Amar e ser amado é um exercício lento: primeiro com estranhamento, depois com confiança, e finalmente com pertencimento.
Carpe diem: hoje eu me permito ser amado, mesmo que a minha primeira reação seja me proteger. Porque o amor que chega para curar não exige perfeição — só presença.
Por Luciano Ribeiro — Terapeuta em Dependência Química | Estudante de Psicanálise
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