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Carpediem, 31 de outubro - O desconforto de crescer

  • Foto do escritor: Luciano Ribeiro
    Luciano Ribeiro
  • 31 de out.
  • 1 min de leitura
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Crescer não é bonito como mostram nos filmes. Crescer dói.

Dói porque exige deixar para trás aquilo que nos anestesiava, aquilo que parecia nos proteger, aquilo que um dia fez sentido — mesmo que agora nos destrua.

Na recuperação, essa dor é ainda mais evidente: o corpo pede a antiga fuga, a alma pede silêncio, mas a consciência chama para um caminho novo. Essa tensão entre o que fomos e o que estamos nos tornando é o desconforto do crescimento.


A mudança não acontece de forma suave.

Ela puxa, estica, rasga.

Crescer é olhar para dentro e encontrar áreas que não queremos admitir, feridas que não queríamos tocar, partes de nós que precisam ser reordenadas. Mas é justamente aí que a vida começa. Porque ninguém se transforma sem atravessar o desconforto da própria verdade.


Na dependência química, esse desconforto pode ser confundido com fraqueza.

Mas não é fraqueza sentir dor — fraqueza é escolher não mudar para não sentir.

Coragem é continuar, mesmo tremendo.

Coragem é chorar e ainda assim permanecer.

Coragem é reconstruir-se um dia por vez, mesmo sem garantias.


Carpe diem: hoje eu acolho o desconforto que me forma.

Ele não está me quebrando — ele está me moldando.

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