top of page


Carpediem, 15 de outubro - O tempo de florescer
A recuperação não acontece de um salto. Ela é feita de pequenos gestos, de dias comuns, de escolhas silenciosas. É fácil se frustrar quando o resultado não aparece logo, mas até as flores precisam de um tempo escondidas no escuro antes de nascer.
Luciano Ribeiro
15 de out.1 min de leitura


Carpediem, 14 de outubro - O silencio entre dois pensamentos.
A mente fala o tempo todo — cobra, julga, compara, repete. É um barulho que não se cala nem quando o corpo tenta descansar. Mas entre um pensamento e outro existe um instante de silêncio. Um espaço pequeno, quase imperceptível, onde tudo se acalma e a presença se torna possível.
Luciano Ribeiro
14 de out.1 min de leitura


Carpediem, 13 de outubro - A luz depois da escuridão.
Durante o uso, parecia impossível acreditar que a luz voltaria. A vida se tornava um ciclo de dor e culpa, e o amanhã perdia o sentido. Mas mesmo no fundo da escuridão, algo dentro do ser humano insiste em viver — uma centelha silenciosa, uma vontade de tentar mais uma vez. É dali que nasce o primeiro passo da recuperação.
Luciano Ribeiro
13 de out.1 min de leitura


Carpediem, 12 e outubro - As marés da emoção.
As emoções não seguem linha reta — são marés. Em alguns dias, a alegria vem leve, tranquila, como brisa. Em outros, a dor chega forte, arrastando memórias, medos e dúvidas. Na recuperação, aprender a lidar com essas marés é uma das maiores provas de amadurecimento emocional.
Luciano Ribeiro
12 de out.1 min de leitura


Carpediem, 11 de outubro - A saudade de quem eu fui.
Em certos momentos da recuperação, o passado parece sussurrar. Não é vontade de voltar, mas uma saudade estranha de quem um dia se foi — das rotinas, das pessoas e até das ilusões que pareciam dar sentido. Essa saudade não é recaída, é o luto natural por uma parte da vida que precisou morrer para que o novo pudesse nascer.
Luciano Ribeiro
11 de out.1 min de leitura


Carpediem, 10 de outubro - Quando a liberdade assusta.
A liberdade é um dos maiores desejos de quem viveu preso à dependência. Mas, quando ela chega, pode causar medo. É estranho perceber que agora as decisões estão nas próprias mãos, que não há mais quem controle ou imponha limites. O silêncio da liberdade revela o peso da responsabilidade.
Luciano Ribeiro
10 de out.1 min de leitura


Carpediem, 9 de outubro - Entre o desejo e a paz
Na dependência, o desejo era o motor de tudo: buscar, sentir, fugir. Mas o desejo sem direção virou prisão. Ele prometia alívio e deixava um vazio ainda maior. Na recuperação, o desafio é reaprender a desejar — não pela urgência, mas pela vida.
Encontrar a paz não significa apagar o desejo, e sim transformá-lo. É entender que querer também pode ser calmo, que há prazer na serenidade, que a constância pode ser o novo fogo que move a alma.
Luciano Ribeiro
9 de out.1 min de leitura


Carpediem, 8 de outubro - Quando o orgulho adoece.
Durante o uso, o orgulho parecia força. Era ele quem dizia que não havia problema, que dava para parar a qualquer hora, que ajuda era para os fracos. Mas o orgulho, disfarçado de coragem, escondia medo — o medo de encarar a própria dor e admitir a fragilidade.
Na recuperação, esse mesmo orgulho pode ser um obstáculo silencioso. Ele faz o sujeito resistir ao grupo, à partilha, à escuta. Mas ninguém se cura sozinho.
Luciano Ribeiro
8 de out.1 min de leitura


Carpediem, 7 de outubro - O chamado da consciência.
Há um instante na vida em que o barulho de fora já não silencia o que grita por dentro. É quando algo desperta, e o sujeito percebe que não dá mais para seguir do mesmo modo. Esse é o chamado da consciência — o momento em que o inconsciente pede passagem e a alma pede verdade.
Na dependência, esse chamado é muitas vezes abafado pelo prazer imediato e pela negação. Mas um dia ele volta, mais forte, pedindo coragem para olhar o que dói e recomeçar.
Luciano Ribeiro
7 de out.1 min de leitura


Carpediem, 6 de outubro: A paciência do processo.
A dependência ensina a pressa: tudo precisa ser agora, o prazer é imediato, a dor precisa sumir. Na recuperação, o tempo muda de forma — o que antes era urgência se transforma em aprendizado. E aprender a esperar é, muitas vezes, o maior desafio.
A paciência é o solo onde o novo pode nascer. É no ritmo lento que a mente se organiza, que o corpo entende o descanso e que o coração aprende a confiar no processo.
Luciano Ribeiro
6 de out.1 min de leitura


Carpediem, 5 de outubro. Fé que sustenta.
A dependência tenta roubar a fé — em Deus, nas pessoas e em si mesmo. Mas o simples fato de continuar tentando já é um ato de fé. Fé não é certeza, é confiança no invisível: é seguir mesmo sem entender completamente o caminho.
Na recuperação, a fé é o que sustenta os passos quando a força parece acabar. Ela não é fuga da dor, é o que permite atravessá-la.
Luciano Ribeiro
5 de out.1 min de leitura


Carpediem, 04 de outubro. A coragem de sentir.
Na dependência, sentir parecia perigoso. Dor, vazio, raiva, frustração — tudo era abafado pelo uso, como se a emoção fosse inimiga.
Luciano Ribeiro
4 de out.1 min de leitura


Carpediem, 03 de outubro, o valor do vazio.
Na dependência, o vazio parecia insuportável. Qualquer silêncio, qualquer espaço interno era logo ocupado pela urgência da droga ou de alguma outra fuga. Mas o vazio não é um defeito: é parte da nossa condição humana.
Na recuperação, o vazio deixa de ser ameaça e passa a ser possibilidade. É nele que cabem o descanso, a palavra, a oração, o encontro consigo e com os outros. Em vez de anestesia, ele pode ser chão para criação e liberdade.
Luciano Ribeiro
3 de out.1 min de leitura


Carpediem, 02 de outubro, a dadiva da Recuperação.
A dependência química aprisiona: quebra valores, fere vínculos e coloca o desejo no centro de tudo. É como se a vida fosse reduzida a um ciclo sem saída, onde cada escolha parece guiada pela urgência de sentir alívio.
A recuperação, nesse cenário, não é apenas uma meta — é uma dádiva. É a chance de reconstruir o que parecia perdido, de retomar o tempo e de se apropriar novamente da própria história.
Luciano Ribeiro
2 de out.1 min de leitura


Carpediem, 1 de outubro. Recomeçar sem vergonha.
Cair não define quem você é. A vergonha sussurra que “você é o erro”; a recuperação responde: “você cometeu um erro — e pode fazer diferente”.
Este texto é um convite para trocar culpa por responsabilidade e recomeçar com plano: pedir ajuda, ajustar rotinas, cortar gatilhos e dar passos simples que protegem a sobriedade.
Luciano Ribeiro
1 de out.1 min de leitura


Carpediem, 30 de setembro, do egocentrismo a presença.
Na ativa, a droga encolhe o mundo até caber no “eu”. O desejo vira prioridade, as pessoas viram meio ou obstáculo, e a verdade perde peso. Esse egocentrismo não é vaidade — é sintoma da doença, que protege o acesso ao efeito a qualquer custo.
A recuperação começa quando o “eu” sai do centro.
Luciano Ribeiro
30 de set.1 min de leitura


Carpediem, 29 de setembro, Reservas
Na dependência, reservas são pequenas portas abertas para voltar ao velho padrão. “Reserva também é sentimento pela droga: saudade do efeito, curiosidade do “e se”, fantasia de que agora seria diferente. É uma centelha da substância dentro de nós, um afeto que ainda protege o uso no imaginário
Luciano Ribeiro
29 de set.1 min de leitura


Carpediem, 28 de setembro, Libertando-se da codependência.
A codependência acontece quando a nossa vida passa a girar em torno do outro: o humor, a paz e as escolhas ficam reféns do que ele faz ou sente. O cuidado vira controle, o amor se mistura ao medo e, sem perceber, a gente se afasta de si mesmo.
Luciano Ribeiro
28 de set.1 min de leitura


Carpediem, 27 de setembro. Rompendo a auto-sabotagem.
Muitas recaídas começam no pensamento: “só hoje”, “eu dou conta”, “ninguém vai notar”. A auto-sabotagem é silenciosa — desmonta limites, isola e nos empurra de volta ao que feriu.
Este texto é um convite para reconhecer o roteiro e agir diferente: trocar negação por verdade, impulso por plano simples, silêncio por pedido de ajuda. Pequenas escolhas quebram grandes ciclos.
Luciano Ribeiro
27 de set.1 min de leitura


Carpediem, 26 de setembro: Reconstruindo a Identidade
A dependência química desmonta a personalidade: valores se quebram, o caráter se fere, limites são ultrapassados e o “eu” passa a se moldar ao desejo imediato. Fica um vazio onde antes havia direção.
A recuperação é o caminho inverso: reconstruir. É trocar negação por honestidade, culpa por responsabilidade, impulsos por limites saudáveis.
Luciano Ribeiro
26 de set.1 min de leitura
bottom of page